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Qual o proveito das flores postas somente sobre o caixão? Têm mais valor as que são dadas em vida.

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Mudanças assimiladas no modo automático

 

Depois de muito tempo, hoje, 8 de agosto de 2024, às 10 horas, fui ao Banco do Brasil. Precisava pagar a tarifa de registro de direitos autorais de Crônica e café à sombra do cupuzeiro, meu livro recém-publicado. O requerimento de registro no Escritório de Direitos Autorais (EDA), da Fundação Biblioteca Nacional, tem que ser instruído com dois exemplares da obra e o comprovante original do depósito identificado em favor do Tesouro Nacional. Ida ao banco desnecessária, mas obrigatória. Vejamos.

 

Não percebemos nem valorizamos as mudanças vividas, dia após dia, e as assimilamos no modo automático. Antes, eu ia ao banco quase diariamente, para operações diversas: saques, pagamentos, depósitos, transferências. De repente, porém, as coisas mudaram muito significativamente. Essas operações, que só eram feitas diretamente, em atendimento físico dentro do banco, passaram a ser feitas nos terminais de autoatendimento, os caixas eletrônicos, ou, ainda, a critério do usuário, de forma virtual, pelo Internet banking, de casa, do escritório ou de qualquer lugar com acesso à rede mundial de computadores.

 

Hoje, quase já não se vai fisicamente ao banco. Tudo ou quase tudo é feito virtualmente, com a maior naturalidade. Nosso banco está conosco, onde quer que estejamos, no celular, aliás (se alguém assim prefere), no smartphone. São benefícios proporcionados pela tecnologia, prodígios inimagináveis pelo nosso ancestral no passado recente. Assim, eu nem precisaria ir ao banco físico hoje se não fora a exigência expressa oficial: "Depositar no Banco do Brasil (depositar dentro da agência com atendente do caixa)." Burocracia desnecessária, é claro.

 

 Advogado não gosta de burocracia desnecessária. Reclama mesmo. E com razão, evidentemente. Detesto, sempre detestei. E, a cada dia, esse sentimento só aumenta. Trabalhei mais de quarenta anos como servidor público, mas não me acostumei com a burocracia nem com o mau atendimento. Hoje, não fui mal atendido, mas geralmente o sou. Deveria ser o contrário, mas não é. Salvo as louváveis e honrosas exceções, servidor público e empregados diversos, de estatal, de cartório, de concessionárias, etc. gostam de atender mal.

 

À tarde, fui à agência dos Correios, para postar os livros destinados à Fundação Biblioteca Nacional e outros que vendi. Isso me fez lembrar que, dos Correios, sim, sempre gostei, embora já tenha sido mal atendido por servidor dos Correios também. Não foi aqui e faz muitos anos. Obviamente, não deixei por menos. Fui para cima. Mas, como disse, sempre gostei dos Correios. Na adolescência, além de sonhar em ser militar do Exército, sonhava em ser administrador postal. Nem uma profissão nem a outra: tornei-me advogado.

Valdinar Monteiro de Souza
Enviado por Valdinar Monteiro de Souza em 08/08/2024
Alterado em 09/08/2024


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