Recanto Literário

Qual o proveito das flores postas somente sobre o caixão? Têm mais valor as que são dadas em vida.

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Recordações trazidas pelo Facebook

 

Gosto do Facebook, não obstante as diversas críticas que lhe são feitas. Por exemplo, porque é vivo, dinâmico. O dia, sabemos, tem 24 horas, e, seja qual for a hora de acesso, as pessoas estarão lá, vendo, interagindo. Esse é um dos motivos por que gosto da rede. Há vários outros, claro. A recordação diária das publicações anteriores do mesmo dia do mês, por exemplo. Gosto de reler, de relembrar, de rever o que publiquei. Há quem pense diferentemente, eu sei. Sem problema. Eu, porém, gosto muito.

 

Assim foi que hoje, 14 de maio de 2023, o Facebook me trouxe à lembrança, dentre várias outras publicações deste dia em anos anteriores, a crônica “A pandemia é um problema só dos humanos”, publicada há três anos, no dia 14 de maio de 2020, escrita para minha coluna no Blog do João Carlos, que saía às quintas-feiras, pela manhã. Pena que o blogue tenha entrado em manutenção e esteja fora do ar, já faz algum tempo!

 

Na crônica daquele dia, hoje por certo já esquecida pelo leitor da época, falei da pandemia que, com milhões de mortes simultâneas em todo o mundo, flagelava a humanidade enquanto, alheios à desgraça dos humanos, animais e plantas seguiam vivendo e se reproduzindo harmoniosamente. A natureza como um todo – afora o ser humano, por desnecessário que seja dizer – seguia seu caminhar, sem danos nem preocupações. O vírus mortal e apavorante inclusive.

 

Como lá registrei, sabiamente já dissera, no livro O amanhã não está à venda, o escritor indígena Ailton Krenak: “Esse vírus está discriminando a humanidade. Basta olhar em volta. O melão-de-são-caetano continua a crescer aqui do lado de casa. A natureza segue.” E conclui: “O vírus não mata pássaros, ursos, nenhum outro ser, apenas humanos. Quem está em pânico são os povos humanos e seu mundo artificial, seu modo de funcionamento que entrou em crise.” Ailton Krenak é admirável, um intelectual de primeira grandeza.

 

Hoje, a crise da pandemia passou, mas muitos dos vários e graves problemas que ela gerou, não. Continuarão, sabe-se lá por quanto tempo ainda. A covid-19 é uma doença a mais com que a humanidade terá de lutar. A vida, porém, continua bela, embora tão breve, tão curta. E o Facebook, sem prejuízo das críticas muito necessárias, tem papel relevante para todos, inclusivamente como meio de publicação de atividades culturais. Gostei, pois, como sempre, das recordações que hoje ele me trouxe.

Valdinar Monteiro de Souza
Enviado por Valdinar Monteiro de Souza em 14/05/2023
Alterado em 14/05/2023


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