Recanto Literário

Qual o proveito das flores postas somente sobre o caixão? Têm mais valor as que são dadas em vida.

Textos

Propositadamente Garatuja
Ah, quem dera eu agora
Por força maior, caso fortuito
Ou até serendipidade fora
Sim, mesmo sem ter o intuito
Poder-te fazer em mora.

Tivera eu a sagacidade lícita
Da ficção mesma embora
E ainda que fora implícita
Sem da legalidade sair fora
Provar por que és tão solícita.

“In dubio, pro reo” – diz o direito, em verdade.  
É o benefício da dúvida? Yes, the benefit of doubt
Latim, inglês, ou vernáculo, e a serendipidade?
E a dúvida do benefício? Por mais que se não ressalte?
E a fase da pronúncia? Na dúvida, pró sociedade.

A árvore maligna, envenenada
(The fruit of the poisonous tree)
Ilegal, que seja ilícita é prova nada!

Oh, não! É da árvore o fruto venenoso?
Em tua defesa tão eloquente, mas impura,
Dirias a prova ilícita e o processo indecoroso,
Em simulacro de inocência e só paúra.

Ó ser desprezível, por que não te calas?
Vê, chegaste às raias da demência
Pensas mesmo ter proveito o que falas?
Ser malfazejo, devoto obtuso da indecência.

Ah, não me preocupo! Segue teus intentos
A culpa condena e o passado te esconjura
Nem sentes que teus vis procedimentos
Vão cavar-te, em cova rasa, a sepultura.

O teu tempo seja breve
E a terra não te seja leve!
Valdinar Monteiro de Souza
Enviado por Valdinar Monteiro de Souza em 26/04/2014
Alterado em 26/04/2014


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